terça-feira, 29 de março de 2011

Divisão de pautas

  1. Ana Carolina - idosos
  2.  Pedro - casais casados
  3.  Juliana Matos - netnografia
  4. Juliana Moreira - jovens
  5.  Eduardo - estrangeiros com brasileiras
  6. Priscila - discurso amoroso
  7.  Michele Rosa - redes sociais
  8. Debora -  testes de compatibilidade
  9. Bruno - desastres
  10. Nicoli - artifícios
  11.  Julia - motivações
  12.  Rafael - evangélicos
  13.  João Pedro - ricos/feios e pobres/belos
  14.  Diego - gays
  15. Renata - quarentões
  16.  Vinicius - evolução dos chats
  17.  Daniel - menage
  18. Maria Eduarda - feios
  19. Isabela - virgens
  20. Luis - lésbicas
  21. Michele Batista - fotos
  22.  Fernanda - gordinhos
  23. Gregory - análise do discurso
  24. Luiza - amantes

sábado, 26 de março de 2011

Made in Brazil

O estereótipo da mulher brasileira no exterior é conhecido: morena, lábios carnudos, quadril largo, voz sexy e, o mais importante, puta. Pois é, essa agora sou eu. Travestido e sem pudor algum, entrei no Brazil Cupid, um site de relacionamentos entre gringos e brasileiras. Sou uma estudante de 24 anos, do Rio de Janeiro, interessada em amizade – ou algo mais, quem sabe – com homens de 25 a 55.
A tarefa de buscar as fotos foi complicada. Pedi a algumas amigas. Sabe-se lá porque nenhuma delas aceitou ter sua imagem vinculada a uma brasileira em busca de estrangeiros experientes... Apelei para o Orkut. Queria alguma coisa bem clichê, que dissesse “sou inteligente, mas tô facinha”. Achei a mulher perfeita na comunidade “Eu tenho bunda grande”. Que tipo de mulher entra numa comunidade dessas? Talvez o mesmo tipo que coloque fotos de camisola e com uma calcinha disfarçada de short. Perfeito. Se a conversa esquentar, já tenho material pra enviar pros meus futuros amigos estrangeiros.
Achei engraçado o site não permitir o upload de fotos onde não apareça claramente o rosto. Uma boa maneira de impedir putaria explícita.
Já recebi um email. É de um negão francês, que fala todas as línguas do mundo, tem 3 metros de altura, é rico, pratica esportes, se alimenta bem e tem todas as qualidades possíveis a um ser humano. Realmente, deve ser difícil para uma pessoa assim achar um parceiro no dia a dia... Mesmo desconfiando de se tratar de um vigarista que apenas quer se aproveitar de mim, cliquei em “mostrar interesse”. Vai que é o homem da minha vida, né.
Mais difícil que encontrar as fotos foi explicar ao amigo que mora comigo porque eu estava acessando um site de paquera e dando mole pra um negão. Ele passou bem na hora que eu tinha aberto as fotos do cara. “É um trabalho, tenho que me infiltrar nesse site com um perfil fake e estudar o comportamento das pessoas.”, disse a ele. Em seguida mostrei minha foto, e fui obrigado a ouvir o comentário: “desse jeito até eu te comia, parceiro.”

Por: Eduardo Butter.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Vergonha da cara

Ménage à Trois significaria "Moradia à três" se fosse uma tradução literal. Mas não é, e o site de relacionamento mostra muito bem que de moradia está bem longe.

Esse foi o tema que sobrou pra mim; pesquisar sobre as relações virtuais que envolvem Ménage e Swing - outro termo bonito pra putaria altamente desenvolvida.

Muito bem. Criei meu perfil no respectivo site. Tenho quase trinta anos, trabalho com relações internacionais, sou um cara bacana e tal...
Fui descrevendo o personagem achando que ia encontrar casais cansados da rotina, solteironas de meia idade em busca de uma vida pós-menopausa e até alguns casais jovens mais aventureiros, mas não foi muito bem assim.

Logo que cliquei no botão de "início" da página, pularam perfis com pirus e vaginas pra todos os cantos! (não sei qual vai ser o nível de liberdade do texto aqui, então que fiquem esses termos mais bem comportados. Mas que as imagens mereciam palavras com mais sílabas, não há dúvidas.). Mesmo sabendo que estava entrando num universo mais liberal, confesso que não imaginava uma putaria tão explícita logo de cara. As fotos eram tantas e umas mais pesadas que as outras, que estavam quase expulsando a minha pequena foto fake comportada daquele ambiente. Foi uma certa inversão da moral comum, me botou um pouco de lado, sabe... me deixou constrangido de não estar pelado ou no meio de uma sacanagem qualquer. Como se me dissessem indignados: "Esse é seu rosto?! Você tá usando cueca? Não tem duas gêmeas nuas com você?! Que foto é essa, cara! Assim você se expõe demais..."

Vocês pensam que alguém tem pudor? Nem os idosos me respeitaram. Vários casais de sessenta e poucos anos em pleno ato! E não era uma foto sutil, papai e mamãe, não. Era doidera louca mesmo. Em pé, na cozinha, com lingerie, chicote e outras cositas mais...pelo amor de deus, galera, sessenta e cinco anos! Imagina um cidadão navegando por um desses sites e encontrando seus avós ali. Que situação, cara.

É um submundo totalmente novo pra mim, e acho que ainda vai render muita história engraçada. Não tive nenhuma conversa ainda, mas já escrevi umas mensagens pra alguns perfis que pareciam realmente casais. Vamos ver o que aparece de novo.

Ahh, uma curiosidade do site é um botão que fica lá em cima, na barra onde tem "sair", "perfil" e etc. Chama-se "pânico", e quando você passa o mouse em cima, ele mostra a seguinte mensagem: "clique aqui para ocultar o site em caso de emergência".

É, amigo, a putaria já tem até esquema de proteção à imagem do safado anônimo. É tipo aquele botão "voltar" do controle remoto que a galera usava muito na faixa dos 13, 14 anos...

Daniel Fraiha

terça-feira, 22 de março de 2011

P@r Perfeito

EXPLORAÇÃO DO UNIVERSO VIRTUAL E DAS NOVAS ESTRATÉGIAS NARRATIVAS ABERTAS PELAS MÍDIAS DIGITAIS


Projeto de pesquisa desenvolvido no âmbito do pós-doutorado do Programa Avançado de Cultura Contemporânea pela professora Cristiane Costa

INTRODUÇÃO
Interatividade, uso de múltiplas mídias, quebra da linearidade do texto tradicional. Um desafio muito maior do que simplesmente mapear as possibilidades narrativas oferecidas pelas mídias digitais é utilizá-las. Este projeto pretende ao mesmo tempo levantar essas novas estruturas narrativas e realizar uma grande reportagem sobre o amor no universo virtual desde o início concebida para publicação exclusiva em meios digitais (computadores ligados na internet, e-readers e aplicativos para celular).
Na verdade, seria praticamente impossível escrevê-la dentro da estrutura convencional de um livro impresso. Até por seu tema, a busca da alma gêmea na internet, ela se enquadra perfeitamente na investigação das possibilidades narrativas do universo virtual que se pretende fazer.
A história de P@R PERFEITO funciona como um jogo de imersão neste universo. Ela parte de vários textos produzidos por alunos de Jornalismo que, desafiados a encontrar um ângulo novo para escrever sobre o amor, combinam se infiltrar com perfis falsos em diferentes sites de relacionamentos amorosos. Com a curiosidade aguçada pelas experiências dos alunos, a própria professora resolve vasculhar estes sites e se relacionar no mundo virtual com seus personagens.
É um livro-reportagem que, desde a concepção, não foi pensado para ser publicado como livro impresso. Uma narrativa transmídia que existirá apenas num site a ser desenvolvido especialmente para abrigá-la, podendo também ser acessada por meio de um aplicativo para celulares e baixada em leitores eletrônicos.
P@R PERFEITO apresentará e analisará o discurso amoroso nos sites de relacionamentos. A busca dos personagens por sua alma gêmea, ampliando seu universo de possibilidades ao se abrir ao mundo virtual, será tão verdadeira e factual quanto uma metáfora para as chances que a narrativa tem de encontrar novos caminhos ao se transformar numa arte transmídia.
É também uma metáfora para a mudança de posição de um leitor interativo, que não aceita mais ficar esperando que as histórias se desenrolem passivamente à sua volta e decide buscar ele mesmo estabelecer novos relacionamentos, participar de novas redes.
E, com isso, construir novas histórias.


domingo, 20 de março de 2011

My life in online flirtation

  A survey finds that we rely on texts and e-mails for hookups and relationships. I've never known anything else


Technology is the best wingman around. Such is the wisdom to be gleaned from a survey published this week by Shape and Men's Fitness. Both men and women reported that they rely on texting and social networking to help them flirt, get laid and maintain romantic relationships. This should come as no surprise: It's simply how we communicate now. In fact, the most remarkable thing to me is that this would be news to anyone, because it's all I've ever known. Coming of age in the '90s, sex, dating and relationships hardly existed without digital technology.



Before I even kissed a boy, I learned to flirt online. The AOL chat rooms of the mid-'90s were my training ground and the middle-aged men that populated them were my instructors. They pretended to be teenagers and I, with all of 13 years under my belt, pretended to know what I was doing. They would write, "a/s/l?" and I'd respond, "13/f/cali. wanna cyber?" I was intent on figuring out what boys, and men, wanted. Women's magazines, with their how-to's on driving guys wild, seemed an inefficient route -- why not go straight to the source, I thought. Little did I know that this particular source represented the deepest, darkest and most disappointing depths of the male sexual psyche.