quarta-feira, 30 de maio de 2012

Amor, mentira e o que eles aprenderam





O site do New York Times publicou em novembro de 2011 a matéria Love, lies and what they learned (Amor, mentiras e o que eles aprenderam). O texto traz dados interessantes, e até mesmo curiosos, sobre o que pesquisadores descobriram sobre sites de paquera.

A matéria traz entrevistas com renomados pesquisadores do assunto, como Gerald A. Mendelsohn, da Berkeley. O professor do departamento de psicologia encabeçou uma pesquisa com mais de um milhão de perfis online em sites de paquera.

Para Andrew T. Fiori, um cientista de dados do Facebook e professor visitante da Michigan State University, quanto mais a vida acontecer online, mais a Internet passará a não ser vista como um vácuo, e sim como parte da vida.

Entre os principais temas abordados na matéria de Stephanie Rosebloom são as mentiras contadas pelos internautas e a preferência por relacionamento com pessoas de mesma etnia.

Imagem: Graham Roumieu

quarta-feira, 28 de março de 2012

Mais sites de relacionamento - testados e aprovados (ou nao)

No Dia de São Valentim, quando é comemorado o dia dos namorados no EUA e em outras partes do mundo, o Netted by the Webbys lançou uma lista com alguns sites de relacionametos, no mínimo, peculiares.

Se você é um fanboy dos produtos da Apple o Cupidtino é o site para você achar sua cara metade. Mas, se na verdade, você curte mesmo uma piada e quer achar alguém tão engraçado quanto você, o seu lugar é o The Onion Dating, site que reúne solteiros engraçados.




Conheça mais sites de relacionamento engraçados em aqui

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Site para tudo que é gosto

O site Oddee.com fez uma lista para lá de curiosa: os 10 sites de relacionamento mais bizarros daWEB.

Os narcisistas completos podem procurar sua cara metade quase como em uma imagem no espelho. O site Find you face mate, usa softwares de reconhecimento facial para procurar semelhanças físicas entre os usuários.

Já o site The Ugly Bug Ball, se propõe a encontrar o amor verdadeiro para os feios assumidos! Enquanto o Beautiful People, abordado no projeto P@r Perfeito, forma casais da mais fina estampa. Será?

Para quem curte um amor bandido, que tal se corresponder com presidiárias? O Women Behind Bars faz esse serviço para você! Já para os que curtem um baseado e procuram com quem dividir, pode encontrar no 420 dating. Ou se quiser pular a cerca, como também já abordamos no projeto, vários sites como o Second Love, te dá uma forcinha.

Curte velejar ou dar uma volta de cruzeiro? Então navegue pelo Sea Captain Date! Quem sabe você não encontra seu Popeye?

Se o seu problema é sua mãe, que não larga do seu pé e só reclama das suas namoradas, cuidado! Nunca deixe ela ver o Matchmaker Mom, que diz encontrar o par perfeito para os filhos da mamãe.

Os portadores de doenças sexualmente transmissíveis não tem mais com o que se preocupar. Por mais bizarro que seja, o site STD Match encontra um pretendente com a mesma doença que o usuário. Mas olha, não esquece do preservativo para não arrumar outra doença!

Mas se depois dessa lista você acha que já viu tudo, está muito enganado. O site Super Harmony, em uma clara piadinha com o e-Harmony, forma casais de Super Heróis! Não, leitor, você não leu errado. Batman e Mulher-gato não ficariam mais se engalfinhando pela rua, mas sim pela internet!

E aí, qual é o mais bizarro de todos?
Responde nossa enquete!

P@r Perfeito na Ciência Hoje

O site da revista de divulgação científica, Ciência Hoje, publicou
uma matéria muito legal sobre o projeto P@r Perfeito.

Que tal dar uma olhada?
O amor está online

terça-feira, 12 de julho de 2011

Diário de bordo: erros e acertos em viagem amorosa

Por Vinícius Cunha

Março chegava ao seu fim e precisava de um tema para essa saga dentro dos sites de paquera. A princípio não queria me aproveitar dos sentimentos de um outro alguém no outro lado da tela. Ser um infiltrado implicaria brincar com as expectativas de quem busca um namoro ou casamento nessas redes e o que justamente queria evitar era o sofrimento alheio. Decidi contornar a situação. Enquanto colegas de disciplina optavam por analisar a paquera entre idosos, gays, lésbicas ou até mesmo em redes de swing e ménage a trois, decidi apurar o surgimento e o histórico desses sites. Pronto, não envolveria emoções e estava livre da culpa moral.

De início tive certa dificuldade na pesquisa porque vim de família conservadora não via com bons olhos a substituição do face a face pelo namoro virtual. Pensar na existência de um namoro sem contato era algo inconcebível até pouco tempo. Pais, avôs, tios e até primos mais velhos nunca tiveram essa experiência e nem a eles poderia recorrer. Era um campo a ser desbravado e que por ser novo me dava certo medo.

Pior que a culpa moral, não vi que cometia um erro pueril dos iniciantes em jornalismo. Não tinha desafios em potencial e fui só pesquisando dados e mais dados. Eram teses, artigos, reportagens e eu pecava no primordial. Não tinha personagens, logo faltaria o essencial a uma matéria sobre relacionamentos: a emoção. Isso era um tiro no pé e a todo custo teria de reverter o quadro. 

O receio inicial de um estudo mais aprofundado na web passou a ser aceitável e admirado, a partir do momento que vi que casais de círculos de amizades próximos a mim foram formados por sites de paquera. Ao perceber que eles formavam pares pelo sites, duradouros ou casuais, a pureza do sentimento falou mais alto e entrei de cabeça na pesquisa querendo saber tudo daqueles que se propuseram a falar comigo.

Do Par Perfeito ao eHarmony, conhecidas redes de relacionamento, percebi que plataformas sociais como Facebook, Orkut e até mesmo o Formspring também desempenhavam papel de cupido e para meu desespero, que só virá adiante, justamente por ter me interessado pelo amor nas redes sociais. Conheci Camila Fracalossi e João Lameira, os dois de 21 anos. O casal, que se conheceu pelo Formspring, passou a ser meu alvo de estudo e por meio de uma amiga em comum estabeleci contato diário para saber mais detalhes do relacionamento. Mal sabia que cometia novo erro. Desviando minha atenção para plataformas sociais, fadava ao fracasso minha reportagem e só viria a descobrir isso quase no fim da jornada. Agora eu penso: "Ainda bem que deu para reverter a tempo".


Camila  e João foram solícitos e em troca de e-mails comigo. Ela contou como tudo começou:

"Eu e João nos conhecemos por volta de Janeiro de 2010, através do Formspring. Eu estava lendo a página de um amigo nosso em comum e uma das perguntas feitas por ele me chamou a atenção. Acabei por fuçar sua página, apertar o botãozinho de follow e, como de costume naquelas férias entediantes (no aguardo do resultado do vestibular), fui fazer as costumeiras perguntas do dia àqueles que eu seguia. Tal foi minha surpresa quando ele veio conversar comigo via inbox e, então, começamos a trocar experiências e a nos conhecermos. Até que ele pedisse meu MSN e eu acabasse dando meu telefone também".

É normal que relacionamentos que tem seu início na internet sejam mais cautelosos que os demais. Mas hoje Camila e João namoram há mais de um ano sem qualquer aparência que irão terminar o romance. Conversei com o casal em outras oportunidades e sempre demonstravam carinho um pelo outro. Em chat realizado que reuniu nós três, João declarou quando teve certeza que gostava dela: "Ela me respondeu no Formspring. Não poderia perder a oportunidade e corri atrás. Era o amor da minha vida, ali na tela do computador".

Com as aspas do casal tinha a matéria praticamente finalizada. Faltava alguém do meio acadêmico para falar sobre o fenômeno. Aproveitei que Cristina Rego Monteiro foi minha professora e especializada na área. Perfeito para a reportagem e sem maiores problemas tinha concluído o trabalho.

Passada a primeira revisão com algumas mudanças no começo de junho e com a matéria  já sendo diagramada tive o problema inesperado que quase comprometeu meu trabalho. A minha preocupação em não iludir possíveis parceiros virtuais encontrou fim. Em conversa com Cristiane Costa, professora e orientadora do projeto, vi que a apuração deveria ser feita de modo a me infiltrar. Primeiro porque, embora bem feita, a matéria dava conta de sites de relacionamento e não de paquera, e como pesquisador sair da zona de conforto era um desafio necessário. Era só manter uma postura séria, sem levar as conversas tanto para o lado emocional que não causaria estragos.

O prazo para entrega era curto, pouco mais de uma semana, e tinha de correr atrás do prejuízo. O primeiro site que me infiltrei foi o Par Perfeito. Depois de  algumas investidas com perfil próprio conheci um casal: Marcos Alexander e Ana Cristina Vieira. Eu tinha, enfim, um par que tinha se conhecido num site de paquera e não em um rede de relacionamentos. Respirei aliviado e com metade do dever cumprido. "Depois do primeiro filtro do site, Ana apareceu na página principal e senti algo especial. Era ela”, afirmou ele por meio de mensagens que trocamos por e-mail.  Ainda tentei um encontro com os dois, já que moravam no Rio, mas foi em vão já que alegaram ter "uma vida muito agitada para conversarem sobre vida pessoal ". Como já tinha material necessário deles fui em busca de mais personagens.


O acaso tinha de estar presente no trabalho, sempre ele. No primeiro semestre de 2009 cursei História na Unirio e conheci Louise Rodrigues, 21 anos. Nascia uma bela amizade em apenas seis meses, mas que foi vítima da distância. A Escola de Comunicação passou a ser minha casa, enquanto que ela foi para Relações Internacionais na Ibmec. Continuamos a nos falar pela internet e chegou a me contar que havia começado a namorar com Daniel, rapaz de São Paulo, e que  na época não fez tanta diferença saber como tudo começou.

Em um dos meus intervalos de pesquisa no eHarmony resolvi chamá-la para um bate-papo. Para minha enorme surpresa ela tinha conhecido Daniel pelo site cristão. "Assim que o eHarmony foi lançado no Brasil me cadastrei e conheci o Daniel. Foram muitas conversas virtuais, mas não me arrependo. Sou mais feliz com ele", declara minha amiga. Era tudo que eu precisava e vi que sorte é requisito necessário aos jornalista além de competência.

A confiança nos sites de paquera é algo que os casais que entrei em contato ressaltaram. Todos eles expressaram a certeza que em algum momento, por mais que pudesse demorar, iriam encontrar a pessoa que tanto esperavam. "Podem falar o que quiserem, como amante da informática tinha certeza que encontraria meu per perfeito aqui", diz a programadora Ana.

Enfim e no prazo determinado tinha uma matéria convincente para apresentar. Em suma, a experiência foi muito interessante. Com meus 22 anos e sem um compromisso sério não via nesse universo uma oportunidade,  mas como esse estudo passei a encarar com novos olhos os sites de paquera. Quebrei tabus, mesmo que forçado, para ser um infiltrado e senti que para ser um jornalista não posso me acomodar na zona de conforto. 

Saber caminhar sem pré-julgamentos e sem medo de conhecer novos padrões é o primeiro passo de um aspirante ao jornalismo e após esta experiência e de todas as apurações, aventuras, timidez e superação vejo que valeu a pena e que apenas vivendo o jornalismo se aprende verdadeiramente o ofício. 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Agora eles também podem

Um site de paquera para gordinhos promete virar febre na internet


Por Fernanda Pinheiro          

Um trocadilho bem bolado e a união de pessoas com interesses bem parecidos. Kaakau, um site de relacionamentos para gordinhos que ainda é novidade na internet, veio com o intuito de oferecer um universo livre de rótulos e preconceitos para esse público diferenciado e que não se encaixa em diversos sites já existentes. E em setembro de 2010 já eram mais de cinco mil cadastrados.
            Quando se ouve falar do site, o nome já entrega. Homens e mulheres acima de 18 anos e um pouquinho (ou muito!) acima do peso estão reunidos a procura de novos amigos e quem sabe até, um grande amor. Mostrando que são muito bem resolvidos e satisfeitos consigo mesmo, destacam suas maiores qualidades e buscam parceiros pelos gostos parecidos (ao se cadastrar, são muitas as opções a serem preenchidas, facilitando a procura e restringindo o alvo). Apesar disso, uma das coisas mais interessantes é que também existem perfis de pessoas em boa forma. Quando perguntados sobre o que faziam ali, a resposta era sempre a mesma: “Aqui as pessoas são mais sinceras”. É, parece que o Kaakau não pretende ser conhecido só pelo seu público alvo.
            O que mais chama a atenção são os perfis. A melhor foto, tudo milimetricamente calculado para passar a primeira impressão da melhor forma possível. Conversando com uma usuária que se identifica como Bia, percebe-se claramente que esse site a deixa muito mais confortável: “Aqui a gente não precisa contar para o outro que está acima do peso ou então mentir que somos magros como a sociedade estipulou que é bonito, somos nós mesmos e felizes assim.”. Após mais um tempo de conversa, questionei sobre o que me parece ser a dúvida mais comum. Será que criar esse nicho não seria uma forma de aceitar o preconceito e ratificá-lo? Bia afirma que talvez seja sim, mas assim como existem tantos outros tipos de sites para diferentes características, separar gordinhos de saradões não parece ser uma restrição e sim uma maneira divertida de encarar a realidade e entrar na onda. Afinal, como ela mesmo diz depois, “a realidade é que a união realmente é vista como algo diferente. Você ver um casal gordo ou magro é sempre mais aceitável socialmente do que ver um gordo com uma magra ou vice-versa”. 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Amor segundo Jesus Cristo



Como funciona o AmorEmCristo.com, o maior site de paquera evangélico do país
Por Rafael Soares

“O primeiro passo é orar, o segundo é procurar”. A frase, em letras cursivas, grandes e vermelhas poderia estar dentro da Bíblia, mas, na realidade, ela funciona como um letreiro, daqueles comuns em outdoors publicitários nas grandes cidades, na parte superior do site AmorEmCristo.com. O endereço, visitado por milhares de pessoas diariamente, é o maior de relacionamento voltado para evangélicos do Brasil. Ele faz parte de uma rede mundial de sites que, de acordo com a própria descrição do grupo que mantém o endereço, tem como objetivo “facilitar o encontro entre pessoas cristãs ao redor do mundo que desejam conversar, fazer novas amizades, namorar, trocar experiências espirituais, estudar a Bíblia e se relacionar com outros cristãos”. No entanto, a frase de abertura já dá a pista do que o público evangélico espera ao cadastrar seu perfil no site. O que eles querem é arranjar um bom partido para levar para o altar.

“Tudo começou quando ele me mandou uma mensagem, perguntando se eu era a benção que ele tinha pedido a Deus”, conta Clara Martha, de 25 anos sobre quando conheceu Miguel Dias, 28 anos. No momento, eles estão juntos há dois meses – e ela já pensa em casório. Mas no início, nem tudo foram flores. Quem tomou a iniciativa foi ele, que já estava há mais tempo no site e queria encontrar uma namorada e por isso, mandava mensagens para todos os perfis que achava interessantes. O dela apareceu no meio. “Tinha acabado de me inscrever e a mensagem dele foi a primeira que recebi. Achei fofo. Talvez se estivesse há mais tempo no site, nem tivesse ligado”, lembra Clara. Depois da mensagem, eles começaram a trocar e-mails, eles acabaram descobrindo que têm amigos em comum, um foi no culto da igreja do outro e, em dois meses, começaram a namorar. “Meu perfil continua no site e sempre recebo mensagens com o mesmo papo furado de ‘Você é a benção que pedi a Deus’ ou ‘Vamos adorara a deus juntos’. Tudo papo furado”, completa. E assim acontece o “xaveco” evangélico.   

Mas antes da “mágica” da paquera acontecer, há um longo percurso a ser percorrido pelos postulantes a apaixonados. O primeiro passo desse caminho é a inscrição no site. E nesse ponto, uma ferramenta disponível no portal, é fundamental. Os “testemunhos” estão disponíveis a qualquer um que acessar a primeira página e têm a missão de angariar mais membros para a rede social. Na realidade, são depoimentos de autoridade daqueles que foram bem sucedidos na missão, ou seja, conseguiram levar seu par ao altar. Nas fotos, véus, grinaldas, fraques e sorrisos. Nos discursos, o mesmo lugar comum, que só muda de forma: “Agradeço a Deus por me colocá-la em meu caminho e também agradeço ao site AmorEmCristo.com, que foi o intermediário usado por Ele”, conta Antonio, que se casou com Cleide dois anos após conhecê-la no site; ou “Espero que aqueles que estejam lendo este depoimento acreditem que é real. Agradeço a Deus e aos idealizadores do AmorEmCristo.com por proporcionarem a mim e ao meu esposo a oportunidade de nos conhecermos”, afirma Edna. Exemplos a serem seguidos. 

No entanto, para chegar aonde eles chegaram ainda há muito que se fazer, afinal, até para religiosos, vale a velha máxima do mundo animal: antes de acasalar, é preciso seduzir o pretendente. E, nas redes sociais, um passo fundamental da sedução é a construção do perfil. Mas como se dá a sedução entre evangélicos? Uma rápida passada de olho por fotos e perfis já provoca certo espanto nos mais desatualizados. Isso porque, ao invés do velho estereótipo de evangélico já construído no imaginário da maioria das pessoas – meninas de saias longas e camisas fechadas até a gola; meninos de roupas sociais –, o que pode ser visto não é muito diferente de outras redes sociais: uma série de meninas de saias curtas fazendo biquinho e meninos despenteados. Mas afinal, o que aconteceu com os evangélicos?  Na internet, eles são diferentes?

Nesse ponto, convém uma pequena explicação. Os evangélicos são um grupo, ao mesmo tempo, homogêneo e bastante diversificado. Para ilustrar, basta um exemplo: enquanto correntes pentecostais, como a Assembléia de Deus, são mais rígidas e tradicionais, não permitindo, algumas vezes, o uso de saias curtas pelas meninas e cabelos compridos pelos meninos, as correntes neopentecostais, como a Universal ou a Bola de Neve, são mais liberais, permitindo até, em certos casos, o uso de tatuagens e de brincos pelos meninos. Por isso, para abarcar toda essa diversidade, o portal acaba aceitando perfis que fogem ao estereótipo do evangélico fervoroso, e que constituem, aliás, a grande maioria dos inscritos. Contudo, as surpresas acabam aí. 

Apesar de permitir certas “extravagâncias”, a construção de perfis segue um padrão bem definido e também tem certo controle pela administração do AmorEmCristo.com. Logicamente, fotografias de biquíni e sunga são proibidas, assim como fotos borradas ou com qualquer aparato que impossibilite a visão do rosto da pessoa, como óculos ou máscaras de mergulho. Todas as fotos e textos postados são sujeitas à aprovação prévia da administração do site. Se não forem aceitos, o usuário recebe um e-mail explicando as razões da recusa. Sem falar em um detalhe muito importante: no AmorEmCristo.com, homens só podem procurar mulheres, e mulheres só podem buscar homens – ou seja, o site não proporciona ao usuário a possibilidade de ter relacionamentos homo afetivos ou até mesmo amizade com pessoas do mesmo sexo.

Quanto à construção dos perfis, existem padrões que se repetem com a maioria das pessoas. Há gente de todas as idades, mas o grupo mais jovem, de até 30 anos, predomina. Tanto homens quanto mulheres seguem um modelo bem determinado. Excetuando raras exceções, ir à igreja com a freqüência mínima de uma semana é lei, sem falar nos tópicos “bebida” e “cigarro”, sempre respondidos com um categórico “nem socialmente”. As descrições são, em sua maioria, citações da Bíblia, sucessos da música gospel ou até mesmo algumas poucas linhas que ressaltem a religiosidade da pessoa perfilada. Um exemplo, que poderia servir de modelo, é o perfil de Carolzinha, jovem “bonita, charmosa e interessante”, de 23 anos: “Sou evangélica desde que nasci, sou uma ministra de louvor e gosto muito de cooperar na obra de Deus no que eu puder. Não acredito no acaso, acredito na vontade e permissão de Deus”. No caso dos homens, um perfil bastante ilustrativo é de Marcos Paulo, de 25 anos: “É difícil me definir com palavras. Sou um servo do senhor, dedicado, leal e, acima de tudo, honesto. Só Deus pode me julgar”.

E os príncipes e princesas encantadas do mundo virtual evangélico? Qual é o tipo que predomina no imaginário dos usuários? Isso também é bem simples de ser definido, afinal há um tópico onde eles próprios definem a pessoa que estão buscando. Um ponto quase unânime é a vontade de “constituir uma família”. Tanto homens quanto mulheres, inclusive os mais jovens, de 18 a 20 anos, acreditam na eternidade do casamento e planejam encontrar a pessoa com a qual vão viver pelo resto da vida. Sem falar, é claro, que o “alvo perfeito” precisa ser também ser fiel a Deus. Entretanto, os adjetivos usados para qualificar as almas gêmeas variam de homens para mulheres. Enquanto os rapazes buscam mulheres leais, parceiras e em quem possam confiar, as meninas querem alguém romântico, companheiro e atencioso.

A missão é difícil, mas há milhares de perfis de todos os tipos no site. No AmorEmCristo.com, o amor é acessível a todos. Basta um clique. E Amém.