sábado, 2 de julho de 2011

Diário de um duplo bordo: a pesquisa e a experiência

Por Michelly Rosa

Minha maré vem dando para site de namoro. Enquanto realizava a pesquisa para nosso Jornal, fui contratada como estagiária num site de relacionamentos. Duas experiências no mínimo curiosas.
Com a matéria já pronta, posso agora contar sobre as experiências inusitadas que encontrei durante minha pesquisa. Incumbida da tarefa de analisar sites de relacionamento em redes sociais, encontrei no Facebook, diversos aplicativos que trazem ao mundo dos sites de relacionamento uma certa realidade. Convenhamos, o Facebook mostra nossos momentos, nosso nome completo, onde trabalhamos e quem são nossos amigos, é muito mais seguro.
Criei então Helena Gomes Stuart, uma publicitária de 42 anos, bem sucedida, bonita e descolada. Não deu certo. Helena não tinha foto, e sem foto, meu amigo, ninguém namora pela internet hoje em dia.  As pessoas estão mais cautelosas. E é essa a pegada do Facebook!
Quando nos cadastramos em um site de relacionamento, não temos um nome, e sim um apelido, não temos amigos, temos contatos lá criados, a interação é muito mais linear. Isso torna muito mais fácil a criação de um fake.
Devo dizer, por experiência própria, que criar um fake no Facebook não é tão mole assim. As pessoas desconfiam se você tem menos de 50 amigos, não tem fotos de viagens e eventos, por exemplo, e principalmente, se você não posta no mural.
Decidi então, me tornar Helena. Coloquei algumas fotos do meu próprio perfil no Facebook, avisei a alguns amigos sobre a pesquisa, principalmente ao namorado e fui com cara e coragem em busca de bofes na internet.
Encontrei diversos. Um garçom de Niterói que queria me levar na Mariozin, um garotão de meia idade querendo uma namorada novinha pra tirar onda, um americano procurando uma brasileira pra provar do caldo, um indiano querendo sexo pela internet e um carioca, deficiente físico, em busca do amor eterno.
Os dois últimos foram escolhidos como personagens em minha pesquisa. Primeiramente, porque eu senti uma simpatia especial por eles, e depois porque deram pano para a manga. Os outros eram muito comuns, aquela coisa que todo mundo já conhece. Agora, os dois últimos, mostram o que há de diferente no Facebook, eles tinham mais confiança em mim, por me verem ali, por saberem minha profissão, por serem adicionados como amigos.
O indiano, cujo nome não me lembro agora, criou uma espécie de relação com Helena, mas SEMPE, SEMPRE, com fins sexuais. Era impressionante, como o coitado estava na seca. Ele veio chegando de mansinho, falando da vida e tal. E quando eu menos esperava, pimba! Ele propõe sexo pela internet! A Helena, como toda boa moça, hesitou e não aceitou o pedido, mas eu vibrei de emoção! Era tudo o que eu precisava para uma matéria divertida!
Já Luiz Phellipe, carioca, vendedor de bijuterias, me surpreendeu pela sinceridade. Já chegou avisando: “sou moreno, deficiente fisico, vendedor de bijuterias, gosto de curtir a vida”.
Eu pensei logo, são dois opostos, um quer sexo, o outro quer amor, um faz sexo pela internet enquanto trabalha e o outro trabalha para um dia conhecer Miami. Lindo.
Luiz, já queria marcar encontro na primeira conversa. Coisas de Facebook. Credibilidade é o que há, né.
A conclusão desta pesquisa, pelo menos de acordo com o meu ponto de vista, é que as pessoas estão sem tempo até para aquele suspense de bate papo na internet. O Facebook já é meio caminho andando. E com o nome completo de alguém, hoje, o Google resolve o resto.
Além disso, o uso do Facebook como meio de paquera mostra a tendência de mostrar o que antes era escondido. Paquerar na internet, não é mais vergonha para ninguém. Procurar um amor no Facebook possibilita que você compartilhe isso com todos seus amigos, inclusive do trabalho. São paqueradores assumidos.
Você pode estar sozinho na frente do computador que uma rede social resolver seu problema. Para quem quer um amor, que tal clicar na aba ao lado e escolher?

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