domingo, 5 de junho de 2011

Até o DNA entra nessa dança

Pedro Couto

Ao escolher o tema “Casais casados” eu nem imaginava que teria tantas dificuldades. Primeiro porque todos já teriam encontrado sua alma gêmea e, provavelmente, estariam felizes com sua vida a dois e prontos para falar ao mundo como foi sua experiência de achar um novo amor pelos sites de paquera.

Erro número um. Não é tão fácil assim encontrar casais que se conheceram pela internet e estão unidos pelo matrimônio e que desejam falar sobre isso para um mero estudante de jornalismo. Talvez, se fosse comigo, também não daria entrevista. Imagina, o garoto aparece do nada, vem com um papo meio estranho querendo saber como você e seu/sua namorado (a) se conheceram e tudo mais. E o pior, essa história não vai sair em nenhum grande jornal ou revista. Isso, pelo menos, poderia causar um impacto, mas... .

Bem, acabou que, por “motivo de força maior”, minha matéria foi saindo de mansinho do tema “Casais casados” e caminhou para as tecnologias de ponta que os sites de namoro utilizam para traçar casais perfeitos. Acho que a mudança foi um acerto. Não saberia insistir naquele assunto que, talvez, pudesse render muito pouco.

Meu olhar voltou-se diretamente para o potencial tecnológico dessas empresas, que faturam milhões de dólares no mercado de amor virtual. É impressionante quanta pesquisa e ciência existe nesses testes de compatibilidade e no cruzamento de dados. Há empresas que se utilizam dos estudos da química neural para criar moldes de personalidades e, a partir daí, sistematizar a procura de um pelo outro de forma totalmente científica.

Mas nada supera a pretensiosa tentativa de encontrar um companheiro perfeito pelo DNA. A GenePartner promove essa experiência inusitada. Para mim, isso é assustador, ao mesmo tempo em que é fascinante, porque apesar da postura quase ditatorial da genética, é incrível ver como a tecnologia avançou e como podemos viver através de um modo que nunca imaginamos.

Agora, quanto ao amor, eu não posso marcar um posicionamento radical, dizendo que tais tecnologias são a “salvação da lavoura” dos encalhados e afins. É preciso ter cautela para analisar os prós e os contras dessa novíssima empreitada. É legal que exista uma outra opção de paquera, mas essa não pode e nem deve ser a única. Saber diversificar talvez seja a melhor fórmula para encontrar seu par perfeito.    

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